Natália Viana | natália.viana@diario.com.br
A prioridade é planejar e surpreender para produzir um efeito extraordinário. Este é o tom do projeto do governo Raimundo Colombo.
Em seis meses de administração, defende uma linha humanística para atender bem as pessoas. Mas afilosofia de trabalho foi ofuscada pela greve dos professores e com a fuga de detentos no complexo penitenciário da Capital.
CONFIRA A ENTREVISTA
Diário Catarinense — Como o senhor avalia seus primeiros seis meses de governo?Raimundo Colombo — Eu denominei o projeto "conhecer o governo". Eu desejo fugir de prioridades falsas, e tenho a absoluta convicção da aplicação dos recursos públicos nas obras que dão resultado e que são as mais necessárias. Por outro lado, aplicar uma filosofia dentro de uma linha humanística, que significa preparar a nossa equipe para atender bem as pessoas, para dar total agilidade e aperfeiçoar cada vez mais o trabalho, vencendo a burocracia interna. O que nós temos planejado no governo vai surpreender muito. Estou me dedicando muito ao planejamento em todas as áreas, e a gente está fazendo isso de uma forma bem criativa, com uma boa equipe. O trabalho produzirá um efeito extraordinário.
DC — Quais ações o senhor destaca neste período?
Colombo — Na segurança pública, aumentamos os efetivos da Polícia Militar. Estamos terminando a formação de uma turma de 480, iniciando outra de 450 e mais uma turma intermediária, distribuída em oito batalhões, de 560 alunos, ou seja, mais de 1,5 mil novos policiais militares estarão em operação em curto tempo. Estamos fazendo um trabalho de informatização e já aumentamos o número da Polícia Civil.
As primeiras ações que a gente começou a desenvolver foram as obras da SC-401, que estão em curso, e da SC-405, que eram obras urgentes. Estamos terminando os aeroportos de Jaguaruna, de Correia Pinto e resolvemos os impasses do Aeroporto Hercílio Luz, de Florianópolis.
Nas rodovias, conseguimos a autorização da presidente Dilma para fazer o BID 6, que são US$ 250 milhões, o BNDES para obras estruturais em Joinville e estamos concluindo um projeto de mais R$ 400 milhões, também com o BNDES, para estradas.
Temos obras importantes na saúde, como a emergência do Celso Ramos, o Hospital Florianópolis. Nesta semana, tivemos a abertura da UTI e do Centro Cirúrgico em São Miguel do Oeste. Em Chapecó, vamos ampliar a UTI. Também conseguimos ativar o presídio de Itajaí, com 400 vagas, e em agosto entregaremos a penitenciária de Itajaí, com mais 400 vagas. Estamos terminando presídios em Lages, Chapecó, em Tubarão.
DC — Mas existe um sentimento nas ruas de que o governo ainda não decolou. Como o senhor responde a esta sensação?
Colombo — Nós não paralisamos obras, temos em estradas 400 quilômetros em obras. Estamos fazendo um trabalho de manutenção dos serviços dos hospitais. Mas dentro da nossa filosofia, vamos apresentar o plano no final do mês de julho.
O governo é muito cauteloso, muito responsável ao anunciar obras novas. Por exemplo, a nova penitenciária da Grande Florianópolis estava projetada para um terreno que, feitas as sondagens, se mostrou inadequado. Fizemos a localização de um segundo terreno e somente agora concluímos a etapa da compra. Agora vamos fazer a obra por emergência para poder terminar rapidamente. Mas tudo isso leva um tempo e este tempo está terminando.
Estou pronto para lançar alguns conjuntos de obras significativas. Há um sentimento de que o governo está parado, ouço muito isso. Mas diz uma obra que está parada?
DC — É que são obras que já estavam em andamento.Colombo — Mas é o que eu tenho que fazer, primeiro terminar o que já começou. Isso é o óbvio. É isso que eu quero fazer mesmo. Então estou terminando estas e estou construindo os novos projetos. Mas os serviços do governo estão todos em dia.
Foram três os fatos fora do nosso planejamento até agora. O primeiro foi o excesso de chuvas no início do ano, que tirou muito da nossa energia e recursos, até hoje (sexta-feira) estávamos com várias estradas que estavam interrompidas e que estávamos corrigindo no Meio-Oeste.
A segunda questão foi o movimento de greve, que sempre é uma alteração da rotina e que produz efeitos. E o terceiro foi a fuga da penitenciária, que se deu porque construíram o centro de triagem em um local inadequado e de uma forma inadequada. No resto, está tudo dentro do planejado.
DC — O senhor tem o projeto da nova penitenciária, mas que levará algum tempo para ser concluído. Enquanto isso, quais ações foram tomadas pelo governo para aumentar a segurança do local?
Colombo — Tomamos algumas providências emergenciais de segurança. Estamos começando a erguer um muro de segurança ali, para tentar corrigir as falhas identificadas no centro de triagem. Já as obras da penitenciária vamos começar imediatamente, o processo do terreno foi concluído agora, estamos fazendo o decreto de desapropriação provavelmente na segunda-feira.
DC — Como o senhor foi eleito em primeiro turno, as pessoas têm um sentimento de esperança em relação ao novo. O senhor sente esta cobrança, e como administra esta situação?Colombo — Entendo a cobrança, mas tenho absoluta convicção dos passos que precisam ser dados. Primeiro foi humanizar, conversando com todos os funcionários através de seminários. Depois terminar as obras que foram iniciadas. As novas obras estão sendo todas planejadas e programadas. Evidentemente, tem muita gente com pressa, tem muita gente que tem interesse e tem muita gente que defende causas justas.
DC — A sua primeira ação no governo foi estabelecer um prazo de 120 dias de contenção de gastos e para conhecer a máquina. Os objetivos foram atingidos?
Colombo — Sim, atingimos totalmente nossos objetivos. Conseguimos economizar recursos que nos permitem anunciar agora um plano arrojado de obras, o que faremos dentro de alguns dias em setores já definidos. Hoje a gente tem uma visão muito mais ampla do governo. Então, acho que foi uma etapa importante que está terminando agora.
DC — Quando estava encerrando o prazo de 120 dias e se esperava o anúncio deste pacote de obras, começou a greve dos professores. A paralisação do magistério deixou o governo amarrado?Colombo — A greve atrapalhou as ações do governo, porque num primeiro momento a nossa intenção foi abrigar a greve, pelo menos a reivindicação, por entender que é justa. E nós vamos aumentar o salário dos professores, tanto que num primeiro momento já destinamos recursos significativos para atender esta demanda.
Eu acho que greve só se justifica quando não há diálogo, quando há radicalização, quando não se propõe nenhuma perspectiva. Não radicalizamos, o diálogo sempre esteve aberto e estamos avançando dentro dos limites possíveis.
DC — Com relação à greve do magistério, qual o problema principal, falta dinheiro ou a Lei de Responsabilidade Fiscal?Colombo — É a combinação dos dois fatores, porque se você destinar mais recurso exclusivamente para pessoal, você chega ao limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, e as sanções sobre o Estado são duras. Não tem como chegar a isso.
DC — Na sua avaliação, o governo errou na negociação com os professores? Faria algo diferente?Colombo — A gente partiu do princípio de que a reivindicação era justa e, neste sentido, a gente tentou atender. Até porque a origem dela (greve) foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal.
Agora, o nosso limite foi posto e qualquer exigência acima dele é exigir o impossível. Vamos tentar salvar o ano letivo, é uma responsabilidade nossa e vamos cumprir. Mas as pessoas confundem, às vezes, a vontade de acertar e de dialogar com fraqueza. Evidentemente que não posso aceitar exageros e radicalismos.
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18§ion=Pol%EDtica&newsID=a3374664.xml
REGIONAL DE SÃO JOSÉ, NÓS PROFESSORES DE INDAIAL ESTAMOS FIRMES NA GREVE. QUE ESTE GOVERNO NÃO ENROLE COM O QUE JÁ TEMOS COMO DIREITOS DE ANOS E NOS PAGUE REALMENTE O PISO. LEMBRANDO POVO FOI POR CAUSA DISSO QUE ENTRAMOS EM GREVE! PROF. BRUNO, INDAIAL.
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